
Em Paris, o tempo parou por sete minutos.
Foi o suficiente para que um grupo de criminosos invadisse a Galeria Apollo, no Museu do Louvre, e apagasse parte da herança mais reluzente da França.
O assalto, executado com precisão industrial, revelou o que o Estado francês sempre negou: que nem mesmo o poder simbólico das joias reais está imune à negligência contemporânea.
Foram levadas oito peças históricas. Entre elas, o Broche Relicário adornado com dois diamantes usados por Luís XIV, o colar de safiras das rainhas Maria Amélia e Hortênsia, e a tiara da Imperatriz Eugênia, obra do joalheiro Lemonnier de 1855. Também desapareceram o corpete de diamantes usado pela imperatriz em retratos oficiais, o bracelete de esmeraldas imperiais presenteado por Napoleão III e o anel de safira cabochon da Duquesa de Angoulême, filha de Maria Antonieta.
Essas peças formavam o núcleo remanescente das Joias da Coroa, coleção criada por Francisco I e ampliada por Luís XIV, um espelho da vaidade e da política francesa.
Hoje, elas representam uma perda maior que estética: o colapso de um símbolo nacional.
A Brigada de Repressão ao Banditismo (BRB) investiga o caso, enquanto o Ministério da Cultura tenta compreender como vitrines de última geração foram violadas em minutos. Apenas a coroa da Imperatriz Eugênia foi recuperada, danificada e coberta de poeira, encontrada nos jardins do museu imagem brutal de um poder que perdeu o brilho.

O episódio transcende o furto. É uma denúncia contra o mito da inviolabilidade cultural europeia. O que foi levado não foram apenas gemas, mas uma narrativa sobre poder, desejo e memória.
No fim, o que o roubo do Louvre expõe é a fragilidade daquilo que a França sempre acreditou ser eterno: o esplendor como forma de controle.

O ouro resiste ao tempo, mas nem o tempo resiste ao descuido.
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