Não foi preciso uma coruja para anunciar. Harry Potter voltou a habitar o mundo real, ou quase. Desde meados de julho, as ruas de Londres se transformaram em cenário da nova série da HBO, prometida como adaptação fiel dos livros de J.K. Rowling. Mas foi só em 18 de agosto que as primeiras imagens circularam com força: Hagrid cruzando a Borough High Street ao lado de um novo Harry.

Entre celulares erguidos e tráfego parado, o rosto de Dominic McLaughlin, jovem escocês escolhido entre mais de 32 mil candidatos, foi revelado em plena luz do dia. De mochila nas costas, capa azul-esverdeada e os icônicos óculos redondos, ele não parece interpretar Harry. Ele é Harry, para uma geração que nunca viu o Expresso de Hogwarts partir ao vivo.

A seu lado, Nick Frost assume o papel de Hagrid com a ajuda de tecnologia. Uma máscara com pontos de captura antecipa o trabalho digital que dará ao personagem a altura de um meio-gigante. A técnica remete aos bastidores dos filmes originais, agora com novas ferramentas narrativas.

E não para por aí. A produção da HBO ocupou até a entrada de um supermercado londrino, onde Frost foi flagrado descendo as escadas do metrô. A cena viralizou no X com ironias típicas da capital: “As filmagens bloquearam o bairro, mas vi o Hagrid do lado do mercado. Isso é Londres.”

Sob o comando de Mark Mylod, de Game of Thrones, e com roteiro de Francesca Gardiner, de Succession, a série tem ambições declaradas: sete temporadas, uma para cada livro, filmadas ao longo de dez anos. Não se trata de um remake. É uma reconstrução detalhista, com espaço para explorar camadas que os filmes deixaram de lado. E sim, com a supervisão de J.K. Rowling, que retorna como produtora executiva.

A estreia está prevista para 2027. Mas, ao que tudo indica, a magia já não cabe mais nos livros nem nos bastidores. Ela atravessa ruas, olhares e décadas. E segue, inevitavelmente, provocando.

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