Londres ganha outro brilho quando o Lunaz Phantom V surge entre a neblina. O ícone que já transportou reis, rockstars e chefes de Estado renasce totalmente elétrico e desfila pela cidade como se carregasse memória, modernidade e elegância no mesmo movimento. O resultado é uma experiência quase cinematográfica: o peso da história em silêncio absoluto.

Nascido em 1959, o Phantom V foi criado para ocupar o topo do mundo. Apenas 832 unidades foram produzidas e todas seguiram para quem ditava cultura e poder. A realeza britânica adotou o modelo como extensão de sua autoridade. John Lennon transformou seu exemplar em manifesto pop. Elvis Presley e Liberace o exibiram como objeto de exuberância pessoal. Chefes de Estado controversos também o utilizaram como símbolo de domínio. O carro nunca foi apenas um automóvel. Era um palco ambulante.

Décadas depois, a Lunaz devolve esse mito às ruas com uma abordagem que mistura restauração meticulosa e tecnologia invisível. Cada Phantom é totalmente desmontado e reconstruído como se fosse uma obra de arte contemporânea. Apenas a pintura e a placa do chassi permanecem. Todo o resto é renascido com marchetaria refinada, couro tratado com rigor e integração digital discreta que preserva a estética original.

A reconstrução leva até três anos e segue a lógica dos ateliês que trabalham com joias raras. A plataforma elétrica levou quatro anos para ser desenvolvida. Desde então, apenas 15 Rolls-Royce e Bentley foram concluídos. Outros 25 estão em andamento, reforçando o caráter limitado e intelectualizado desse processo.

O antigo V8 dá lugar a um motor elétrico de quase 400 cv. A condução continua majestosa, mas o silêncio muda tudo. É um luxo sensorial raro, hedonista, que faz Londres parecer uma cidade coreografada pela ausência de ruído. O modelo foi limitado a 169 km/h, mas chegou a 193 km/h nos testes, provando que o passado pode dialogar com o futuro sem perder presença.

No mercado de conversões elétricas, poucos projetos têm coerência estética e cultural. O Phantom elétrico da Lunaz não tenta ser futurista. Ele também não tenta reviver o passado. Ele cria uma terceira via: a do luxo consciente, atualizado e profundamente elegante. Uma peça de patrimônio automotivo que entrou no século XXI com energia limpa e aura intacta.

Superar um milhão de libras não é exagero. É confirmação. Esse não é um carro para ser possuído. É um capítulo da história do luxo para ser preservado.

O Lunaz Phantom V prova que certos ícones não envelhecem. Eles renascem. E quando voltam, voltam ainda mais relevantes.