
O relógio de bolso em ouro 18 quilates usado por Isidor Straus, uma das figuras mais marcantes da tragédia do Titanic, foi arrematado por cerca de € 2 milhões em um leilão na Inglaterra. A peça confirma o interesse crescente por objetos que ultrapassam o valor material e se consolidam como símbolos de memória preservada.
Presente de Ida Straus ao marido, o relógio foi recuperado após o naufrágio e permaneceu com a família por quatro gerações. Seu último detentor, o bisneto Kenneth Hollister Straus, restaurou o mecanismo antes de colocá-lo novamente em circulação. Em meio à era da tecnologia vestível, a valorização de uma peça centenária evidencia o fascínio contemporâneo por objetos que conectam passado, tragédia e legado.

James Cameron eternizou o casal ao mostrar os dois abraçados na cabine inundada, cena que se tornou um dos ícones emocionais do filme. O relógio, agora redescoberto pelo público, reforça essa narrativa de lealdade e preserva um dos episódios mais humanos da história do Titanic.


No mesmo evento, outros itens confirmaram a força simbólica dessa memória. Uma carta de Ida foi vendida por mais de € 110 mil, assim como uma lista original de passageiros. A medalha de ouro concedida à tripulação do Carpathia, responsável pelo resgate dos sobreviventes, alcançou € 97 mil. São objetos cujo valor está muito além do metal: reside na capacidade de condensar histórias que atravessam gerações.
No universo dos colecionáveis de alto padrão, alguns objetos medem o tempo. Outros preservam o impacto da história. O relógio de Isidor Straus pertence a essa segunda categoria, lembrando que certas memórias continuam valiosas porque não podem ser recriadas.




