Uma promessa de legado global

Bill Gates decidiu acelerar o ritmo da sua filantropia. Em um movimento que reforça seu compromisso com impacto social de longo prazo, o cofundador da Microsoft declarou que destinará a maior parte de sua fortuna — avaliada em cerca de US$ 200 bilhões — para projetos de saúde e educação na África.
Durante um discurso na sede da União Africana, na Etiópia, Gates reforçou que não deseja morrer bilionário. “Muitas coisas serão ditas sobre mim quando eu morrer, mas ‘morrer rico’ não será uma delas”, afirmou em carta publicada em seu blog oficial.
Investimento direto em saúde e educação
A estratégia envolve canalizar os recursos para iniciativas que buscam reduzir a mortalidade infantil, ampliar o acesso à nutrição e erradicar doenças infecciosas em até duas décadas. Entre as metas citadas estão:
Garantir que mães sobrevivam ao parto
Ampliar a expectativa de vida de bebês além dos cinco anos
Reduzir drasticamente a incidência de doenças transmissíveis
Essa nova fase da atuação filantrópica também tem prazo definido. Até 2045, a Fundação Gates — criada por Bill e Melinda French Gates — prevê encerrar suas atividades, após destinar a totalidade dos fundos a projetos de desenvolvimento social.
O contexto geopolítico por trás da decisão
O anúncio surge em meio a uma conjuntura de cortes nos programas de ajuda internacional dos Estados Unidos nos últimos anos. Políticas de redução de orçamento, como o congelamento do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da AIDS (Pepfar), iniciaram um ciclo de retração de investimentos públicos, especialmente nas áreas de saúde global.
Gates, por sua vez, tem tentado manter o financiamento de programas essenciais. Recentemente, em encontros privados com lideranças políticas globais, defendeu a continuidade de projetos como o de combate ao HIV na África, que já salvou mais de 10 milhões de vidas desde sua criação em 2003.
Um olhar crítico sobre tecnologia e desigualdade
Além da filantropia, o bilionário tem usado suas plataformas para discutir os impactos da tecnologia no cenário social. Gates reconheceu publicamente que foi “ingênuo” quanto ao potencial das redes sociais e da inteligência artificial em ampliar desigualdades e desinformação.
Agora, seu foco parece ainda mais claro: usar sua fortuna para gerar impacto mensurável, com resultados tangíveis na vida de milhões de pessoas em regiões historicamente negligenciadas.
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