Ao longo das próximas estações, os corredores do Masp ganham novas cores, luz e presença. A partir de 28 de março, o museu apresenta uma exposição inteiramente dedicada a Pierre-Auguste Renoir — artista francês que suavizou o século XIX com sua paleta delicada e olhar para a vida cotidiana.

Pela primeira vez desde 2002, todas as obras de Renoir pertencentes ao acervo do Masp serão exibidas juntas. Doze pinturas e uma escultura ocupam o quinto andar do Edifício Pietro Maria Bardi, criando uma narrativa sensível e completa da produção do pintor impressionista.
Com curadoria de Fernando Oliva, a mostra percorre quase todas as fases criativas do artista. Algumas peças, raramente expostas, ganham agora protagonismo. Outras se revelam em novos contextos, à luz da memória e do tempo.
Entre os destaques está a tela Rosa e Azul – As meninas Cahen d’Anvers, de 1881. A obra retrata duas irmãs de origem judaica, filhas do banqueiro Louis Cahen d’Anvers. Alice, uma das modelos, viveu até os 89 anos. Elisabeth, sua irmã, teve o destino interrompido durante a Segunda Guerra, quando foi enviada ao campo de Auschwitz. A história, silenciosa, atravessa o quadro e dá densidade à delicadeza da imagem.

Mesmo sem palavras, Renoir sabia contar o que a luz não esconde. A cada pincelada, capturava o instante como se o tempo pudesse ser guardado.
Essa exposição, mais do que uma reunião de obras, é um convite à contemplação. Uma pausa no ritmo da cidade, uma imersão silenciosa em gestos, texturas e memórias.
A mostra estará disponível até 3 de agosto. É uma oportunidade rara de ver reunidas, num só lugar, obras que respiram leveza e resistem ao tempo.
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