B Capital expande e mira investimentos no Catar

O Catar está se consolidando como um dos principais centros financeiros do Oriente Médio. Em meio a essa movimentação, a B Capital, fundada por Eduardo Saverin e Raj Ganguly, decidiu expandir suas operações para o país. O fundo de venture capital, que já administra mais de US$ 7 bilhões, planeja abrir um escritório em Doha nos próximos meses.
“Estamos entusiasmados com essa nova fase no Catar. O mercado da região está crescendo rapidamente, e há um grande potencial de inovação”, afirmou um porta-voz da B Capital.
A Autoridade de Investimentos do Catar (QIA) está por trás desse crescimento acelerado. O fundo soberano do país investirá na empresa por meio do programa “fundos de fundos” (FOFs), uma iniciativa voltada para atrair e fortalecer o capital de risco. Além da B Capital, outras quatro companhias, incluindo a Utopia Capital Management, de Londres, também receberam aportes e devem estabelecer operações na região.
A competição entre os países do Golfo Pérsico para atrair grandes empresas está cada vez mais acirrada. Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita vêm apostando em estratégias semelhantes para se tornarem polos financeiros. Dubai e Abu Dhabi já abrigam escritórios de algumas das maiores gestoras do mundo.
No caso da Arábia Saudita, o governo criou políticas específicas que exigem que empresas globais tenham sedes regionais no país para fechar contratos públicos. Essa tática já rendeu frutos, trazendo para Riad nomes importantes de Wall Street.
O Kuwait também não quer ficar para trás. A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, avalia a abertura de um escritório na região, segundo fontes da Bloomberg News.
Com um patrimônio estimado em US$ 510 bilhões, a QIA continua expandindo sua influência global. O setor de energia, especialmente o gás natural, tem sido um motor de crescimento para o fundo. A chegada de Mohammed Al Sowaidi à presidência da instituição pode trazer ainda mais aproximação com os mercados ocidentais, dado seu histórico de atuação nos Estados Unidos.
“Estamos olhando para oportunidades estratégicas em tecnologia, saúde e infraestrutura. O objetivo é manter um portfólio equilibrado e alinhado às tendências do futuro”, disse uma fonte ligada à QIA.
Nos últimos anos, a entidade tem diversificado seus investimentos, reduzindo a dependência da Europa e apostando fortemente nos Estados Unidos e na Ásia. A inovação tecnológica está no centro dessa estratégia.
À medida que o Catar se posiciona como um hub financeiro global, a tendência é que cada vez mais empresas sigam o exemplo da B Capital. Para investidores e empreendedores, a região parece ter um caminho promissor pela frente.